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População de 60 anos ou mais supera a de crianças e adolescentes no Rio Grande do Sul

Hoje, 7 de outubro de 2019, é o dia em que o Rio Grande do Sul passa a ter mais habitantes com 60 anos ou mais do que crianças e adolescentes de zero a 14 anos. A data é uma projeção da SeniorLab, uma consultoria de mercado focada em analisar o público mais maduro, baseada em dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão do governo aponta que neste ano 18,19% da população do Estado está nessa faixa – índice bem acima dos 13,8% da população nacional. O RS é o primeiro estado do País em que ocorre essa virada histórica. De acordo com o IBGE, a mudança só ocorrerá na média nacional em 2031.

O fenômeno no RS também é o mais acelerado do País. Em 1940, apenas 4,1% da população tinha 60 anos ou mais. Em 2060, serão 35,8%. Até lá, o número de idosos quase dobra, para 3,9 milhões de pessoas. O fenômeno é consequência do aumento da expectativa de vida – hoje em 76 anos no Brasil e 78 anos no RS – e da queda no número de filhos – de 1,89 no País, e de 1,76 aqui no Estado.

Porto Alegre é o retrato desse novo quadro. O último censo do IBGE, em 2010, mostrou que a cidade ultrapassou o Rio de Janeiro e se tornou a Capital com a maior proporção de pessoas com 60 anos ou mais no total da população. E até que nos preparamos bem para a marca. A cidade é hoje a única Capital do País que possui o certificado Cidade Amiga do Idoso, um reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) dado ao município em 2015 pelo conjunto de ações do poder público e da sociedade civil para o envelhecimento saudável.

Há, contudo, um movimento nacional para melhorar os índices da área. O Senado aprovou em julho a criação de uma versão brasileira do programa da OMS, também chamado de Cidade Amiga do Idoso, em que o objetivo é incentivar os municípios a adotarem medidas para o envelhecimento saudável da população. Cidades que aderirem ao programa vão ter prioridade para receber recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento Urbano, cujo dinheiro é destinado para as áreas de transporte, moradia, inclusão social e emprego.

Velhos, mas sem saúde – Essa virada traz consigo um desafio. Há, segundo o médico Alexandre Kalache, um dos maiores especialistas em envelhecimento no mundo, uma carência de políticas públicas eficazes para o amadurecimento da população – especialmente na saúde, na educação continuada e no preparo de profissionais de todas as áreas para atender o público mais velho. Kalache disse em entrevista ao jornal Zero Hora que o maior problema é na saúde, e não fica restrito à população pobre: cerca de 80% depende do SUS, que suporta mal esse grupo populacional. Para ele, reverter o quadro depende do combate ao sedentarismo, e de seguir lutando contra o tabagismo – lembrando que Porto Alegre volta e meia figura como a capital brasileira com o maior número de fumantes.

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